sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Deixe-se em paz

Geralmente é o que se deseja intimamente: paz para o mundo, paz para todos, paz para os torcedores, paz para os moribundos, paz para os iraquianos. É um desejo legítimo, mas qual a nossa contribuição prática pra ajudar a construir uma serenidade universal ? O máximo que podemos fazer é garantir nossa própria paz. Portanto, esses são os meus votos: deixe-se em paz.
Parece uma frase grosseira, mas é apenas um desejo sincero e generoso. Deixe-se em paz. Não se cobre por não ter realizado tudo o que pretendia, não se culpe Porter falhado em alguns momentos, não se puna por não ter sido perfeito. Você fez o melhor que podia.
Aproveite para estabelecer metas mais prosaicas para o futuro que virá, ou até meta nenhuma. Que mania a gente tem de fazer listinha de resoluções, prometer mundos e fundos como uma simples virada de ano bastasse para nos transformar numa pessoa mais completa e competente. Você será o que sempre foi-e isso já é muito bom, pois presumo que você não seja nenhum contraventor, apenas não consegue dar conta de todos os seus bons propósitos, quem consegue? Às vezes não dá. Vá no seu ritmo, siga sendo quem é, não espere entrar numa cabine e sair de lá vestido de super-homem ou de super-mulher. Deixe de fantasias. Deixe-se em paz.
Se quer tomar alguma resolução, resolva ajudar os outros, fazer o bem, dedicar-se à coletividade, seja mais solidário. Não deixe os menos favorecidos na paz do abandono, na paz do esquecimento. Mas esquecer um pouco de você mesmo, pode. Deve. Não se enquadre em comportamentos que não lhe caracterizam, não se enjaule por causa de decisões das quais já se arrependeu, não se arrebente, por causa de questionamentos incessantes. Liberte-se desses pensamentos todos, dessa busca sofrida por adequação e ao mesmo tempo por liberdade. Nossa, ser uma pessoas adequada e livre ao mesmo tempo é uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Será mesmo tão necessário pensar nisso agora? Deixe-se em paz.
No fundo, estou escrevendo para mim mesma. Não me deixo em paz. Estou sempre avaliando se agi certo ou errado, cultivo minhas dúvidas com adubo e custo a me perdoar. Tenho passe livre para o céu e também para o inferno. Preciso me deixar em paz, de largar me mão , me alforriar.
Só falta alguém ensinar como é que se faz isso.
Deixe-se em paz, Martha Medeiros (via ( Jornal o Globo revista de domingo 26/12/2010))

Neither am I

Quando acordo, ele já está lá: de bermuda, com o som ligado, copo na mão. Mora no prédio da frente e me parece absolutamente feliz. Deve ter 20 anos, e me atira na cara, todas as manhãs, a não piscina que eu sou. Que ódio. Porque eu preciso produzir o meu ócio. Organizar hora, local, circunstância, encontrar motivo nobre. Por pouco não reconheço firma pra poder me divertir. E agora não tenho pra onde ir: é dezembro, o calor chegou e férias se anunciam.

Eu não me orgulho do que vou dizer, mas não gosto do verão. Pior: eu temo o verão. Sinto-me humilhada por ele, como se não estivesse à altura da sua leveza e descompromisso e tivesse que ser feliz num volume que não sou capaz. No Rio, não frequentar a praia é quase um desvio de caráter. Mas considero frescobol tão difícil quanto física nuclear. E só gosto de suar por contraste, sabendo que um banho se aproxima.

Eu gosto de ir ao cinema. De ar-condicionado. De farmácia 24 horas. De tirar o plástico das revistas. Do jornal intocado na porta da minha casa. De ver cardápio de restaurante e pedir sempre o mesmo prato. De viajar pelo prazer da volta. Barulho de recado no celular. Sorvete no frio pra não derreter. Praia vazia. Trabalho.

Acredito que as pessoas se dividem em dois grupos: aquelas que passam e-mails coletivos pregando a gentileza e aquelas que olham no olho do garçom. Do mesmo modo, percebo a superioridade daqueles que veem a banda passar, e não há aí um pingo de ironia, admito minha derrota e inveja. Não consigo ficar sem fazer nada. E sonho com o dia em que vou gostar de areia desde os 9 anos.

Quando sou comum
Porque, como se não bastasse o verão (e com ele a tristeza de aposentar o jeans), há ainda o Natal. E depois o Ano-novo. Apesar de que há alguns anos, desde que tive filho, deixei de sofrer com réveillon. Posso assegurar que dormir sem culpa à uma da manhã na passagem do ano é uma das grandes vantagens de procriar.

Antes, ficava tomada por uma necessidade desesperada de me divertir. Em outubro já estava angustiada. E se dormisse antes de o sol nascer no dia 1º de janeiro meu ano estava arruinado.

Faço aqui esta autopropaganda às avessas por um motivo singelo: passei grande parte dos meus 35 anos me achando inadequada e gostaria de oferecer um desabafo aos meus iguais. O Ano-novo é como Papai Noel, só finja que acredita se houver crianças. Um dia me liberto das convenções e ignoro todas as datas.

Mas preciso dizer: sou absolutamente refém do meu aniversário. Fico feliz e triste, me importo se não me ligam, preciso ser amada e festejada como se fosse criança. Posso passar ao largo do verão e ficar indiferente a dezembro, mas, com relação à minha passagem do tempo, sou comum que só. E, curioso, agora que falei em aniversário encontrei um grande motivo pra gostar do Natal: é aniversário de Cristo. Não só o dia em que ele nasceu, mas também quando reunia os amigos em torno de um vinho. Nunca tinha pensado nisso e de repente achei lindo e emocionante.

Eu não gosto do verão, por Maria Ribeiro
 
(original na Revista TPM #105)

Da Amy e de mim...

 

 "I'm digging myself into a hole /These days I'll just work when once I had so much soul" 

("Estou cavando um buraco para mim/ Hoje em dia,apenas trabalho, mas houve um tempo em que eu tinha muita alma").

 

 

Caderno com letras inéditas de Amy Winehouse é encontrado no lixo (via O Globo online)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Do tempo

"Quando você é adolescente você tem tanto tempo, e , quando vai ficando mais velha e vai gostando da vida, não tem tempo para nada. É uma injustiça" 
(Fernanda Torres, Revista TPM #104)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Margarina

Margarina

Eu que choro até em comercial de margarina, me surpreendi quando, como na música, “tentei chorar e não consegui”
Mas hoje esfriou de repente.Estava muito abafado há uns dois dias atrás.
As melhores receitas pedem margarina em temperatura ambiente e acabei chorando por não conseguir chorar.
Não sei fazer bolo mesmo...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dizem por ai que...

Lembro de ter lido em algum lugar que “as pessoas que possuem nível universitário são, ou tem condições de ser, as formadoras de opinião em nossa sociedade”.
Isso é dito, pois imagina-se que os graduados possuem conhecimento, ou mais que isso, discernimento para avaliar as questões que chegam até eles. E só após esta avaliação, que engloba pensar, discutir, falar e ouvir,é que estas pessoas deveriam emitir opiniões e/ ou divulgar pensamentos de outros.
Me assusta ver pessoas que deveriam ser as tais "formadoras de opinião", divulgando “verdades absolutas”, histórias sem fatos, sem comprovações, repassando emails com bla bla blas inverossímeis e coisas do tipo....Talvez estas pessoas nem tenham tido o trabalho de ler o que divulgam, mas e ai ? Não deveriam tomar mais cuidado com o que passam adiante?
Se eu recebo um email, scrap ou qualquer coisa do tipo vinda de você, vou acreditar que você acredita e tem absoluta convicção sobre aquilo que esta me passando, a não ser que faça uma menção debochada ou coisa do tipo.
Portanto , senhores donos da verdade, religiosos fanáticos de todos os tipos, militantes políticos e afins: LEIAM E PENSEM sobre o que vocês estão repassando por ai.
E como faço com as criancinhas, deixo um recado: Não acreditem em tudo que leem por ai. Eu, por exemplo, não acredito que os graduados são os formadores de opinião por aqui.

Atualizando: Falou e disse:

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Keith Harring, Selected Works

No ano em que se completam 10 anos de morte do Keith Harring, o Rio de Janeiro ganha exposição na Caixa Cultural com trabalhos do artista.
Keith Haring começou a ganhar notoriedade ao desenhar a giz nas estações de metro de Nova Iorque e sua arte pop logo chamou a atenção.
Discipulo da arte de Warrol e mais tarde amigo deste, Keith chegou a pintar um painel no Muro de Berlim, além de abrir uma loja ( Pop Shop) para vender sua arte em forma de T shirts, bottons, adesivos... Mais pop, impossivel.


Fotos pessoais, cartas, rascunhos e vídeos fazem parte da mostra. Os vídeos são ótimos , vá com calma e veja os 2. Essenciais.
Keith morreu em 1990 devido a complicações decorrentes da AIDS. Criou a Keith Harring Foundation em apoio à crianças vítimas de AIDS.
O trabalho de Keith me trouxe a idéia de Movimento.Nada é estático. Sai de lá querendo mais. Mais cor.

Vai lá: Caixa Cultural RJ. Entrada Franca.De Terça a sábado, das 10h às 22h, e domingo, das 10h às 21h

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mary and Max , Filme

A animação, feita totalmente na técnica stop motion e que tem uma garotinha de 8 anos como um dos personagens principais, pode até ter levado algumas crianças desavisadas ao cinema, mas definitivamente é filme para adulto.
Melancólico, denso, crítico, engraçado e até filosófico, são adjetivos que cabem ao filme de pouquíssimos diálogos e cores e que conta a história da amizade desenvolvida através de cartas trocadas entre uma garotinha australiana de 8 anos e um judeu nova iorquino de 40 anos.

Para mim mais que um filme sobre amizade e sim um filme sobre solidão.
 “a vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras (…) têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro”.

domingo, 5 de setembro de 2010

E Chove lá fora...

Foto tirada pelo @Alexbarbosa num dia chuvoso em Outubro de 2008
Local: Praça XV ,Centro RJ .
Não lembro o autor da instalaçao que serviu de cenário. O modelo era um passante.
Lugar certo, hora certa

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Fica




  "De Tudo fica um pouco.Não muito."

 

 

                                         Carlos Drummond de Andrade

domingo, 29 de agosto de 2010

Idem

Em julho a Revista TPM completou a marca de 100 edições e para comemorar, fez uma revista especial com 100 mulheres falando sobre assuntos variados.Achei as perguntas (e as respostas também) bem legais.
A revista me fez lembrar daqueles caderninhos de perguntas do Ginásio (não, não curto o Formspring.me). Foram nesses caderninhos que aprendi o significado da palavra "idem" (só para justificar o teor cultural).
Sei que ninguém me perguntou nada,por isso resolvi me perguntar e responder algumas das questões da revista, num estilinho umbigo do mundo caderninho de colegial.
Então, copia ai e responde também ! (mas não deixa a professora ler,hein?)

#Em que momentos você se sente 100% satisfeita?
 Quando termino de ler um livro que gostei muito. Fecho o livro e fico ali, segurando-o e relembrando o que li.

#O que mais te assusta em você mesma?
A capacidade de me emocionar. E também a capacidade de não guardar mágoa.
#O que achou que jamais faria, mas acabou fazendo?
Virar adulta (aqui caberia um “idem” ao da Nina Lemos)
#Que conselho você daria a si mesma no passado?
Você não tem obrigação de ser tão boazinha e viver dizendo sim. Não carregue o mundo nas costas, garota!
#Que música você gostaria que tivesse sido feita para você?
Muitas. Muitas mesmo.Mas agora veio à minha cabeça All star do Nando Reis.
#Naqueles dias, como é a sua TPM, em 140 toques?
Rios de lágrimas e melancolia, entremeados com inchaço e muita vontade de beber coca-cola.
  
#O que você perguntaria para qualquer pessoa?
Se eu estivesse puta da vida: Te conheço ?
#Qual a parte do teu corpo que mais gosta de receber carinhos?
Carinhos e mordidinhas no pescoço.
#O que melhora no sexo com a idade? E o que piora?
Melhora: você sabe o que quer e como quer. Piora: Você sabe o que e como quer.
#Qual foi a ultima peça de roupa que você comprou? Por que? Já usou?
Calça saruel.Porque descobri que apesar do bundão, fico bem nesses modelos.Claro que já usei.Não consigo comprar  e deixar guardado, sou ansiosa demais.
#3 coisas que não podem faltar na sua bolsa:
Carteira, corretivo e celular.
#Qual o canto da casa onde você adora ficar?
Hoje, no meu quarto. Na casa nova ainda vou testar.
#Qual a obra de arte que você gostaria de ter feito?
A Medusa Marinara do Vik Muniz. Sempre gostei muito desta peça. E alguns grafites que vejo pelos muros da cidade.

#Se você tivesse uma camiseta de protesto, o que estaria escrito nela?
Na frente: Mais amor, por favor.  Atras: Tudo passa.

#O que você ainda não fez e quer muito fazer na vida?
Viajar, viajar.
#Um sonho secreto?
Ser cantora e gravar vários clipes nos meus shows com milhões de pessoas cantando junto comigo. Eu viro o microfone para o publico e deixo eles cantarem um pedacinho da minha musica.
Ser rica também é um sonho, mas não é secreto.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Socorro! Ouço Vozes

Socorro! Ouço Vozes
Era uma vez um dia livre. O que fazer? Vontade de ficar em casa, sem fazer nada. Mas talvez você devesse ir à academia se exercitar um pouco. Pensando bem, tantas exposicões legais e tão raro ter um dia livre. E sua avó, que você prometeu visitar? Mas, se for ficar em casa mesmo, vê se arruma aquelas gavetas! Para distrair suas vozes internas, você decide folhear uma revista. E a tortura prossegue…
A página, aberta aleatoriamente, diz assim: “transforme uma simples chuveirada em um ritual de beleza e bem-estar”. Mas por que uma simples chuveirada não pode ser uma simples chuveirada? Por que tudo tem que ser uma experiência maravilhosa, um ritual inesquecível? O que fazer com tanta expectativa? Na chuveirada e na vida? E, pior, o que fazer com essa verdade mentirosa que diz que tudo depende das suas escolhas? Do Mozart que, caso você escolha fazer seu bebê ouvir, o fará mais inteligente à soja que, caso você escolha comer, fará você viver mais. A perguntinha segue ressoando: será que você está fazendo a escolha certa?
A combinação do discurso da autonomia individual com ideais de vida sempre tão rigorosos, pode ser muito boa para quem vende produtos, técnicas ou conselhos. Para quem está do lado de cá do balcão, é apenas um cercadinho travestido de liberdade, que gera falta e frustração. Você paga pela frustração de nunca chegar lá - até porque “lá” nunca estará no mesmo lugar – e ganha a culpa de brinde, ao duvidar das escolhas que fez. Porque, é claro, vai duvidar.

Culpa, o pretinho básico
Curioso como a culpa tornou-se um lugar comum nas representações do feminino contemporâneo. Falar da mulher, de uns tempos para cá, é quase sempre falar de múltiplos papéis e da culpa pela impossibilidade de exercê-los com perfeição. Na mídia e na publicidade, a culpa feminina é o tubinho preto, o must have. E funciona como o componente de sinceridade de um discurso que pretende ser mais verdadeiro. Que ganho pequenino. Sinceridade, mesmo, é dizer que a mulher sente tanta culpa simplesmente porque não é livre. Porque no picadeiro de malabaristas, trapezistas e equilibristas ainda não cabem outras escolhas ou reais imperfeições. A não ser por essa pequena, embora muito perturbadora, concessão: a culpa por não ser perfeita.
Via: Blog da Denise Gallo
Imagem: Esao Andrews

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Vai passar

"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de “uma ausência”. E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.
Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.
Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.
Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:
- … mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca."
Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Você sabe que...

...está ficando velho quando não entende as gírias usadas pelos seus sobrinhos adolescentes:
- Po tia, fulano é o maior vinagrete.
- Ahn? Como assim ?
- Vinagrete, tia.Aquele molho que acompanha o churrasco.
- Tá, eu sei o que é vinagrete, mas e ai ?
- Então tia, fulano é o maior lerdão.Fica paradão nas festas, nas rodinhas de bate papo...ele só acompanha, não desenvolve nada, sacou ?
- Ah, então tá, então.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Por não estarem distraídos

" (...) Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos. "
 
Por não estarem distraídos, Livro: Para não esquecer, Clarice Lispector

Imagem via Le Love

quinta-feira, 8 de julho de 2010

meeelow

Ovelhas no Museu de Comunicações em Frankfurt por Jean-Luc Cornec

 Recebi por email
Tudo bem, o titulo do post ficou péssimo.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Meninices...

Mulher de Câncer
Ela é meio doida, qualquer coisa triste e surpreendementemente sábia.
Não são extremistas como as geminianas, mas certamente sofrem, regularmente, de uma variação de humor pelo fato de que se ressentem fácil com as coisas. No entanto, se tem uma coisa que não muda na mulher de câncer é o seu senso de economia. São conhecidas no zodíaco pelo porquinho de segurança onde colocam moedas, convictas e determinadas. Escondem seu tesouro debaixo do colchão e ninguém nem desconfia que tem alguma coisa lá, tamanha é a modéstia dessas meninas. E é bem provável que a especulação monetária e o valor do câmbio sejam alguns de seus assuntos preferidos. (???)
Mas não ache que por isso precisa lhe dar presentes caros. Pelo contrário, ela achará isso um exagero. A mulher de Câncer definitivamente não precisa de um homem de posses, só precisa que ele seja capaz de adquiri-las. Ajudará a consegui-lo, mas lhe deixará sozinho se tiver que gastá-lo. Boa notícia! O cartão de crédito não poderia estar em mãos menos perigosas que as delas.
Leve-a para ver o mar, a lua. Isso faz bem as nativas desse signo. Câncer é um signo lunar. Então esse cenário mexe seriamente com essas mulheres (algumas chegam a mudar de acordo com as fases da lua). É ali, num lugar que é delas e só delas (mesmo que seja tão grande quanto o mar), onde se desfazem da carapaça do carenguejo e a imensa infinidade de seus sentimentos respiram aliviados. E ai você vê como, apesar da aparente rigidez, a canceriana é inteiramente feita de água salgada. Pode ser de mar, pode ser de lágrima. Câncer é o signo mais emocional do zodíaco. A racionalidade de suas economias nada mais é que uma resposta ao seu desejo de segurança.
Das duas uma: quando elas estão apaixonadas ou são tão tímidas que parecem desinteressadas ou se insinuam de jeito delicado, feminino e enlouquecedoramente suave. Mas dificilmente serão elas que tomarão a iniciativa. O caranguejo só anda para os lados. Até porque as cancerianas temem muito serem rejeitadas e aceitam sempre muito bem repetidas confirmações de afeto.
São donas de um conceito de amor muito raro e é realmente muita sacanagem brincar com o sentimentos dela que já são tão afetáveis. Esteja certo: uma vez que ela se sinta magoada e decepcionada, veste decidida a sua carapaça e você não sabe mais quem está do seu lado (isso se ela não está trancada na carapaça do quarto dela e só Deus sabe quando ela vai sair de lá). Magoá-la é extremamente fácil. Até se você disser que ela está bonita hoje, pode ser coisa ruim (sim, porque isso significa que ela estava feia ontem).
Cancerianas são assim. Dispostas a enfrentar o que for se você expressar sinceramente que está lá com ela e que ela é importante. Amarão alguém de um jeito dedicado, forte e profundo como o oceano dentro delas. Te fará rir, lhe oferecerá sergurança, bem como estará disposta a sair do caminho de casa e ver onde vai dar aquela estradinha de terra. Basta que você esteja lá.
Ah, e ultima coisa: nutra (ou disfarçe) um lindo afeto por sua sogra.
Fica a dica

domingo, 27 de junho de 2010

Umbigo sem fundo | Livro

Teminei de ler Umbigo sem fundo, graphic novel de Dash Shaw.Como recomendado pelo autor, dei uma pequena pausa entre as partes, coisa quase impossivel, pois dá vontade de ler o livro de uma tacada só (um tijolão de mais de 700 paginas).
O tema central é a família e as relações que se dão entre seus vários integrantes. Tudo começa quando, depois de quarenta anos de casados, os pais da família Loony resolvem se divorciar. Para passar uma última semana juntos, os membros da família, filhos, netos e cunhados voltam a morar na casa na beira da praia onde cresceram.

Umbigo sem fundo é uma HQ sem cores e onde podemos ter mais de 2 paginas seguidas sem palavra alguma. Apenas imagens.
Uma das coisas que mais gostei foi o uso das onomatopéias como "gole" ou "engasga" e "encolhe" descrevendo ações e também do uso de palavras para descrever cores como "maçaneta brilhante" ou "amanhecer brilhante . Poesia pura em imagens e palavras.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Life Philosophy

Todo mundo tem uma (ou várias ) frases favoritas de músicas. No Music Philosophy elas viram Wallpaper de IPhone, posters e até camisetas.
Quer saber se a sua frase preferida está lá ? Vai no site clicando AQUI  e se a dita cuja  não estiver, você  encontra outra rapidinho, rapidinho.

domingo, 6 de junho de 2010

Onde vivem os Monstros

O filme é uma adaptação do livro do mesmo nome e de apenas 9 frases e inumeras imagens de Maurice Sendak e conta a história de Max, um criativo menino de 9 anos que enfrenta alguns problemas em relação aos seus proprios sentimentos: Raiva, amor, ciúme, falta de atenção, solidão.
Após uma briga com a mãe, Max chega a um mundo onde é Rei, mas lidar com seus súditos, os montros, que possuem facetas que representam traços da personalidade do proprio menino, pode ser tão complicado quanto lidar com o mundo real. 
Carol, o Monstrão favorito do menino, representa a raiva e a confusão de sentimentos de Max. A agressiva Judith e o solicito Douglas, são entre outros, monstros-personalidades de Max.
KM, a monstra amada por Carol,  representa um sentimento externo a Max, que o protege, dá conselhos e cuida. Seria a projeção do sentimento materno.
Onde vivem os monstros tem ainda uma fotografia belíssima e uma trilha sonora poderosa, além de um subtitulo em ingles que diz muito: There´s one in all of us. 

"Ter felicidade nem sempre é o melhor jeito de ser Feliz" 

terça-feira, 1 de junho de 2010

A Alice do Tim

Assisti Alice, o filme em 3D, feito em parceria entre Tim Burton e Disney sobre os livros de Lewis Carroll.
Antes mesmo da estréia, o filme gerou um tititi danado, todo mundo ansioso para ver o que Tim Burton iria aprontar com uma historia tão viajante quanto a de “Alice no País das Maravilhas”. E todos sabem que quando a expectativa é grande demais...
Muita gente odiou, falou mal. Principalmente pela atmosfera do filme não estar tão sombria quantos outros trabalhos do Burton.
Alice (o filme), não conta a historia de “Alice no País das Maravilhas” e sim tem essa historia, juntamente com “Alice através do Espelho” do mesmo escritor, como referência para nos contar a volta de uma Alice adolescente ao Pais das Maravilhas.
Será que é isso que o povo andou estranhando? Uma historia diferente?
Eu adoro a historia de Alice (assim como a do Peter Pan) e senti falta de todo o blábláblá metafórico do livro no filme. O Livro é repleto de frases que podem ter uma interpretação um tanto mais profunda e/ou ambígua enquanto o filme é mais para o lado da ação.
Mas estão lá no filme a crítica social e os personagens um tanto surreais de Carroll. É só olhar com atenção.
O 3D é muito bem usado - eu juro que desviei de uma xícara que veio em minha direção- e a primeira parte do filme é realmente maravilhosa. A segunda metade, talvez por ser mais focada na ação, foi menos interessante para mim. Houve um certo momento em que eu torcia para acabar. É uma pena que a Disney tenha viajado tanto no desenho dos anos 60 e tenha feito Tim segurar um pouco a onda agora (será ??)
Mas uma coisa que não tem como passar despercebida é o figurino e a maquiagem do filme. Tudo é lindo, detalhado, pensado. Das olheiras de Alice ao cabelo da Rainha Vermelha. A Brancura do visual da Rainha Branca (um dos meus personagens preferidos no filme).
Os vestidos de Alice, todos maravilhosos.
Uma decepção foi o gato Cheshire, ficou muito bichinho de pelúcia, sem a ironia que passa no livro. Uma delicia foram a Rainha Branca e Tweedle-Dee & Tweedle-Dum.
Veria de novo.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Da Melancolia

"Eu sou essa pessoa melancólica.
Eu não sou triste, mas eu aceito os momentos de melancolia muito bem. Eu vejo uma beleza triste na natureza, na vida, no mundo,nas pessoas."

Sandy, cantora (irmã do Junior),dizendo na Veja que queria ser Clarice Lispector



Eu também sandy&Junior, eu também...
Será que é doença de quem cursou Letras ?

Passa.

Fico depressiva.Fico alegre.Saudade.medo.impotência.Choro muito.Quase não tenho rido.As vezes preciso chorar mais.Minha amiga perdida na dimensão x que ela tanto falava.Calma querida, você sai dessa.
Meu joelho doi e essa afta que não sara.
Melancolia, esse sentimento que faz parte de mim.Quero uma tatuagem nova.
Preciso cortar o cabelo.To pintando de loiro , mas gosto mesmo é quando ele está vermelho.Preciso ir a manicure.Gosto das unhas curtas e de esmalte vermelho.Tem coisa que não gosto de mudar,é padrão. Já o perfume, eu troquei e gostei.Me falta tempo.Amanhã quero um cineminnha, mas um pouco de barulho e rock n´roll não faria mal.
Volto já.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Depois de Saturno


E de repente você percebe que depois que vira gente grande de verdade, certas coisas tem um peso menor.
Ou será que é a medida que é diferente ?

Renata Braga

domingo, 18 de abril de 2010

Espelho espelho meu...

Em tempos de padrões de beleza fechados e impostos pela mídia, onde temos o exagero das mulheres-frutas de um lado e a escassez de curvas das modelos de passarela em outro, ver as fotos do Nu Project é um colírio para os olhos.
Além de delicadas,as fotos retratam a beleza real das mulheres.Gordas, magras, cicatrizes,manchas...é tudo parte de um todo.
Beleza daquelas que podemos encontrar em cada esquina ou quem sabe no espelho à nossa frente.
Nu Project é uma série onde o fotógrafo Matt Blum fotografa a nudez de pessoas "normais".
Sem photoshop,maquiagem ou cenários exuberantes,Blum iniciou o projeto em 2005 e esteve no Brasil em 2009 fotografando 12 mulheres.


Leia na revista TPM matéria com as fotografadas brasileiras aqui ou vá direto ao site Nu Project aqui

p.s.
Ver estas fotos após uma ida ao shopping é maravilhoso.É ter certeza que as roupas das vitrines é que estão erradas e não eu.Como os FDP que vendem calças TAM 36 no Brasil conseguem ganhar dinheiro ?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Milagres das Folhas"

"Vivo de coincidências, vivo de linhas que incidem uma na outra e se cruzam e no cruzamento formam um leve e instantâneo ponto, tão leve e instantâneo que mais é feito de pudor e segredo: mal eu falasse nele, já estaria falando em nada.
Mas tenho um milagre, sim. O milagre das folhas.
Estou andando pela rua e do vento me cai uma folha exatamente nos cabelos.
A incidência da linha de milhares de folhas transformadas em uma única, e de milhões de pessoas a incidência de reduzí-las a mim. Isso me acontece tantas vezes que passei a me considerar modestamente a escolhida das folhas. Com gestos furtivos tiro a folha dos cabelos e guardo-a na bolsa, como o mais diminuto diamante.
Até que um dia, abrindo a bolsa, encontro entre os objetos a folha seca, engelhada, morta. Jogo-a fora: não me interessa fetiche morto como lembrança. E também porque sei que novas folhas coincidirão comigo.
Um dia uma folha me bateu nos cílios. Achei Deus de uma grande delicadeza."

"Milagres das Folhas", Clarice Lispector


imagem: Esao Andrews

terça-feira, 13 de abril de 2010

segunda-feira, 29 de março de 2010

Try to set the night on fire

Conseguiu entrar no ônibus antes da chuva cair e viu o maior de todos os presentes divinos: um lugar para sentar!
Ligou o tocador de música e fechou os olhos na tentativa de "sentir" melhor a voz de Jim Morrison.
O vendedor de balas cantava sua propaganda enquanto o rapaz ao ao lado tentava explicar os motivos de seu atraso à namorada ciumenta.
Aumenta o volume...Come on baby, light my fire.
O ônibus dá uma freada brusca.Olhos abertos.
Jim Morrison cada vez mais longe...Try to set the night on fire
"2 bala Halls é 1 Real"
Desce do ônibus e a chuva finalmente cai.

You know that it would be untrue
You know that I would be a liar
If I were to say to you
Girl, we couldn't get much higher

Come on baby, light my fire
Try to set the night on fire

domingo, 28 de março de 2010

Tentativas

"Não, você não sabe, você não sabe como tentei me interessar pelo desinteressantíssimo"

Caio Fernando Abreu

domingo, 21 de março de 2010

Buu !

Eu nunca fui muito fã de filmes de terror e/ou suspense, mas recentemente tenho escolhido filmes destes gêneros para assistir e não tenho me decepcionado.(E sempre tenho pesadelos).
Tudo começou com "O Iluminado" dirigido por Stanley Kubrick e com Jack Nicholson no elenco.


O filme é baseado em um livro do mestre Stephen King e conta a historia de Jack Torrance (Jack Nicholson), um escritor que aceita o trabalho de zelador de um imenso hotel durante a baixa temporada do local - um inverno bastante denso e torturoso. Durante esse período, ele tenta escrever o seu livro, mas um passado sombrio do hotel começa a aterrorizar a família e afetar diretamente a sanidade mental de Jack. Sua mulher se torna passiva a tudo o que está acontecendo, enquanto seu filho tem poderes paranormais de comunicação com as forças ocultas do lugar.
Acho uma injustiça o filme ser colocado em lista de piores, talvez devido a richa que se criou entre Stephen King & fãs x Kubrick, pois diz a lenda que King odiou a versão do diretor.

"A órfã" é outro filme do gênero, com um final realmente surpreendente,daqueles que você exclama um Ahh!

Com ótimo elenco e fotografia , mas que poderia ser mais sutil e psicológico a meu ver. Dirigido por Jaume Collet-Serra, narra a historia de uma familia que abalada após um aborto, decide adotar uma criança, mesmo já tendo dois filhos biológicos. A escolhida é Esther, uma doce garota de 9 anos que o casal conhece num orfanato. No entanto, logo que a menina chega ao seu novo lar, Kate desconfia que ela não pode ser o que parece.

Mas o que eu mais gostei foi o "Deixa ela entrar" , um filme de vampiro diferente.Ou melhor, com um vampiro diferente.

Rodado na fria Suécia, aqui o vampiro charmoso e enigmático da maioria dos filmes do tipo, dá lugar a uma menina-vampira, não menos enigmática e conquistadora que seus precedentes. A história é ambientada no subúrbio de Estocolmo, em 1982. Oskar (Kåre Hedebrant), um frágil garoto de 12 anos sempre atormentado pelos colegas de escola, sonha com vingança. Ele apaixona-se por Eli (Lina Leandersson), garota bonita e peculiar que, aparentemente, é uma vampira, já que não suporta o sol ou a comida. Eli dá a Oskar força para lutar, mas o menino é colocado frente a um impasse quando percebe que ela precisa beber o sangue de outros para sobreviver: até onde pode o amor perdoar?

"Deixa ela entrar" é um filme de solidão. Quase sem cores. Oskar precisa da força de Eli , que precisa da solidão de Oskar.

terça-feira, 16 de março de 2010

Brotha



O moço estiloso das fotos ai de cima é conhecido no mundinho fashion como "Brother Sharp" , algo como "Carinha descolado" numa tradução livre.
Muitas vezes usando peças femininas e geralmente carregando um cigarro, o cara traduz o estilo que os fashionistas chamam de "mendigo de boutique"
Mas o motivo maior do burburinho em torno do "Beggar Prince" ou ainda "Handsome Vagabond" , como ele também costuma ser chamado, não é apenas o cabelo desgrenhado ou o olhar blasé digno de qualquer top de passarela, mas o fato do moço ser realmente um mendigo.
Ele vaga solitário pelas ruas de Ningbo (China)e seu nome verdadeiro, até o momento,não é sabido.
Assistentes sociais tentam manter a identidade de "Sharp" em segredo , como forma de preservar sua integridade, já que ele aparenta ter algum tipo de disturbio mental.

Especula-se que ele ficou um tanto louco após ter sido abandonado por uma namorada na época da faculdade.

De qualquer forma, o sucesso é tanto que o "Brother Sharp" já foi matéria do jornal The Independent e ganhou perfil fake no facebook, simbolo de status no mundinho virtual(?).



Hummm,estiloso e misterioso demais para um mendigo...Seria um viral da moda ou estilo realmente não tem preço ?

quarta-feira, 10 de março de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Fofices

As fotógrafas Tracy Raver e Kelley Ryden estão lançando lá fora o livro "Sleeping Beauties: Newborns in Dreamland" que como o nome diz traz bebês recem nascidos fotografados na hora de seu soninho.



Pela bagatela de R$ 3.000,00 os papis podem ter seus pimpolhos fotografados em poses naturais como as das fotos do livro.



(Saiu no G1)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sopa de Letrinhas


Mais que Música.Muito mais que imagens.O que me encanta são as palavras.

Adoro as letras (sim, as letras a,e,i,b,c,d...)e suas formas.As palavras e seus significados.As entrelinhas...

Fui do tipo de criança que catava bula de remédio no chão, pois ficava fascinada com a quantidade de letrinhas contidas nelas.
Leio bastante.Não tanto quanto eu gostaria, mas muito mais que muitos. Amo receber cartas manuscritas, adoro tipografias (e sim,"como não sou designer", gosto de Comic Sans).
Formação de palavras, significados ,uso, tudo isso encanta essa frustrada estudante de Linguistica.
Queria , sinceramente, ter maior habilidade no uso das palavras. Escrever, compor...Juntar as letrinhas de forma especial, mas isso é um Dom. Vou lendo por ai.

Quando vi essas imagens feitas com letras aqui pirei! Arte com letras.






Mais no original: http://www.tutorart.com/

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Lendo


"(...) A Segunda vez que você vê uma coisa é na verdade a primeira vez. Você precisa saber como esta coisa termina antes de poder apreciar a sua beleza desde o inicio"
O clube do Filme, David Gilmour

I agree. Most of time

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Bate papo


[Ele] - Ser cliente realmente é muito fácil...É um tal de coloca mais azul ali,laranja ali...Vira mais para a esquerda...Cliente só pede, pede, pede.Pensa que tudo é fácil!
[Ela] - É,pensando bem, eu queria ser cliente...De Deus! Ia pedir mais azul no céu, menos calor no ar.
E rolou uma brisa leve...

Foto:Céu de Ouro Preto, By ReBraga

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Para uma querida




O Rio, Marisa Monte
Ouve o barulho do rio, meu filho
Deixa esse som te embalar
As folhas que caem no rio, meu filho
Terminam nas águas do mar

Quando amanhã por acaso faltar
Uma alegria no seu coração
Lembra do som dessas águas de lá
Faz desse rio a sua oração

Lembra, meu filho, passou, passará
Essa certeza, a ciência nos dá
Que vai chover quando o sol se cansar
Para que flores não faltem
Para que flores não faltem jamais

domingo, 31 de janeiro de 2010

Life-machine

"Você costuma brincar de vez em quando ? Ou a idéia que você faz da vida é 'café da manhã, fazer lições e assim por diante ?...'
Essa seria uma forma muito organizada de viver, e seria quase tão interessante quanto ser uma máquina de costura ou um moedor de café"
(Lewis Carroll, em carta enviada a uma amiga criança)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Growing up...

"I was looking for a job, then I found a job
And heaven knows I'm miserable now
In my life
Why do I give valuable time
To people who don't care if I live or die ?"


(The Smiths, Heaven Knows I'm Miserable Now)


A little bit depressed about it...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Esmaga !

Adoro músicas feitas “para crianças”: Arca de Noé do Vinicius (meu primeiro LP!!), Plunct plact Zum do Raul, Baby cantando Emilia, Adriana Partimpim...
Minha mais recente descoberta é o CD “Pequeno Cidadão” um projeto de música para crianças feito por Arnaldo Antunes, Edgard Scandurra,Taciana Barros e Antonio Pinto.
No cd os músicos cantam e tocam com seus filhos, musicas que falam desde direitos e deveres dos pimpolhos (Pequeno Cidadão) ao dilema infantil de largar a chupeta (Tchau chupeta).

Minhas preferidas:
Leitinho, A voz grave do Arnaldo Antunes no inicio da música já vale. Musica de ninar em ritmo de forró (Um leitinho é muito bom/ Um leitinho pro nenê /Um leitinho é muito bom/ Para mim e pra você...)

O X , É a minha preferida, tanto pelo ritmo, quanto pelas conversas das crianças que escutamos por “trás da música” : Amo o diálogo do finalzinho:
“ – Beleza.Dá um abraço!”
- hurghhh
-Esmaga !”
#falotodahora

Ah,o comercial do Nissan Livina X-Gear é com a galerinha,Prove: Pequeno cidadão

Se gostou, pega aqui

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Atrasada...



E eu queria ter "aquela sensação de Ano Novo" todos os dias...
Feliz todo dia.

Foto: Fogos em Copacabana