terça-feira, 30 de junho de 2009

Cara de Bunda

"[...] ou talvez tivesse descoberto um método de vencer o processo de envelhecimento.Era só ver os astros de cinema; tiravam a pele do rabo e grudavam na cara. A pele do rabo era a última a enrrugar-se. Andavam todos, nos últimos anos de vida, com caras de bunda."

(Pulp, Charles Bukowski)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Moonwalk

Blééh
Desde sexta feira, estou tentando colocar aqui um vídeo do MJ fazendo o Moonwalk, mas a porcaria da conexão não permite.
Decidi então, postar a última página da Historinha que o Mauricio de Souza fez em homenagem ao Michael Jackson.

O roteiro é do Paulo Back e a revista da Mônica de número 33 sai em setembro. Segundo Mauricio, a historinha é tão linda que não dava para esperar publicar (from Twitter)





De qualquer forma, para você que tem uma boa conexão de internet, segue o link do vídeo, que é fodástico


http://www.youtube.com/watch?v=s7MmEMrCRfc&feature=related

quarta-feira, 17 de junho de 2009

"Não sou vaidoso, sou higiênico"

CTRL C +CTRL V : Mr. Catra na Trip #178

Podemos até não gostar das Músicas e do machismo dele, mas a entrevista está muito interessante. As idéias do cara são no mínimo... Curiosas.
Leia tudo aqui : Trip #178


Trip:Que tipo de mulher você curte?
Catra:Eu sou um adepto da sereleia, tá ligado? Aquela que é meio sereia e meio baleia [risos], a fugitiva do spa. Gosto demais das fofinhas, de mulher confortável! Essas magrelas que nego bota na TV, não me leva a mal não, filhota, mas não é a minha.

Trip:Acha então que esses partidos perderam a motivação política?
Catra:Sim, o Comando Vermelho era pra ser quem nem as FARC, o IRA, o Sendero Luminoso, tá ligado? Quando perdeu o engajamento político, parou de fazer sentido. A vida melhor de um povo não é o crime: quando acaba a ideologia, acaba a justificativa. Foi uma burrice terem prendido os líderes políticos desses partidos e deixarem jovens sem ideologia no comando da criminalidade. Com a prisão desses lideres, os que tavam fora não tinham a mesma cultura pra cuidar do lado social. Isso tudo ruiu com a morte do Professor, do Rogério Lemgruber, do Maurinho Branco e de vários outros. As lideranças que sobraram não tinham o mesmo nível intelectual e aí a parada descambou. Fica difícil uma criança ou um jovem que cresce na comunidade passar numa faculdade, ler certos livros, ter posicionamento político. Ele tá ligado a essa cultura do capitalismo selvagem: se não tem um carro maneiro, uma roupa maneira, uma jóia maneira, não é um cara maneiro. É isso que mata: todo mundo ostentando. E essa ostentação era inadmissível no partidos, na função do partido você não pode usar o dinheiro para o seu próprio beneficio, seria em benefício das pessoas humildes daquelas comunidades

Trip:Então mulher escolhe mulher por falta de opção?
Catra:Mulher é um bicho que já nasce viadinha [risos]. Senta com a amiga: “Ai, teu peito tá bonito”. Imagina um cara sentar com o outro: “Meu irmão, teu saco tá maneiro”. [risos]. Elas ficam em “Ai, lindo o corte da tua perereca”, e a gente “Cara, muito foda, tu deu uma aparada aí nos bagos, bacana hein parceiro?” [Gargalhadas] Elas ficam nessas, tomam banho junto, e pá, coisa e tal, dali pra, ih. já é, fio, tá ligado, né?

segunda-feira, 15 de junho de 2009

E fiquei melancólico com o futuro.

"Ser pisciano, judeu, carioca e poeta, é além da pulga como orelha viver o eterno e generalizado déjà vu. Não existem novidades no mundo. Moleza ouvir uma história e passar a acreditar que é sua. Mais: ouvir sobre um lugar, como por exemplo, Botucatu, e logico , grande botucatu, maravilhosa , conheço muito bem etc e tal. E o flavinho ?Ontem por exemplo fui a um bloco de carnaval. Entre as tetas da massa, este folião daqui ao perceber uma janela acesa no último andar do prédio fronteriço, imediatamente foi acometido de pungente nostalgia. Pude mesmo ver o velhote daquela janela - eu - do alto dos meus oitenta e poucos relembrando-me de mim ali no recôncavo da juventude, entre beijos e goles neste mesmo bloco de carnaval em que me vejo relembrando de mim aqui no bloco sendo assistido por mim ali...Então fui tomado de lembranças várias, dos carnavais passados, mulheres que amei, sonhos realizados e os que ficaram entreteias. Vi meus pais de mão dadas com meus filhos. Vi, enfim, como num Aleph do Borges - apenas que personalizado - todas as passagens da minha vida: da aranha tecendo entre os sonhos ao negro azul que te possuiu sob a árvore verde na madrugada, olhares de concupiscência, os malfeitores do bairro, a atriz inglesa que te vociferou insultou e bêbada te beijou a força e o irremediável amor pelas crônicas do Rubem Braga e por toda e qualquer literatura brasileira que fale de pequenos acontecimentos do dia-a-dia, como retratos, como por exemplo "eu contava do filme em que a mocinha bem tola dizia alguma coisa e você ficou me olhando como se...". E então tive a certeza da vida vã. E sorvi de um gole só meia lata de cerveja. E queimei os lábios ressequidos com um chá de hortelã. E entoei um samba. E bocejei com as mãos trêmulas. E beijei uma mocinha que já me conhecia. E minha velha postou a mão sobre meu ombro. E fiquei melancólico com o futuro. E sorri lembrando o passado.Você , que é um taurino , catolico, dentista e baiano-correntista da Caixa; ou uma libriana mulçumana, publicitaria e gaucha-bancosandy e junior ; até mesmo um leonino , ateu , ator e paulista - bank de boston , saiba : é muito dificil ser pisciano, judeu, carioca e poeta- correntista do itau. Ter a sensação de que tudo que acaba de dizer, ja foi dito , foi pensado esquecido. [...]"

Do livro "Regurgitofagia", Michel Melamed

quinta-feira, 11 de junho de 2009

-Ridículas-


"Todas as cartas de amor são Ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem Ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor, Como as outras, Ridículas.
As cartas de amor, se há amor, Têm de ser Ridículas. Quem me dera no tempo em que escrevia Sem dar por isso Cartas de amor Ridículas. Afinal, só as criaturas que nunca escreveram Cartas de amor, É que são Ridículas."

(Poema - Todas as Cartas de Amor São - Álvaro de Campos)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Frases

"O mundo sempre vai ser um merda, mas isto não te exime da responsabilidade de tentar fazer a sua volta melhor"
(JP Barlow,Trip#177)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

De volta à nossa programação anormal

Tenho lido bastante. Revistas, blogs, twitter, livros.
Pouco Tempo/Paciência para escrever...até rolam algumas idéias inspiradas nas minhas leituras, mas precisaria trabalhar em uma empresa em que não fosse tudo bloqueado e que me oferecesse ao menos 10 % do meu tempo lá para projetos pessoais.
[Tenho sentido a necessidade de partilhar. Saber e repassar.Trocar.Comentar. Muito mais dividir do que multiplicar.Ouvir.Responder.Trocar de novo.Ir e vir.]
Como não trabalho no Paraíso, vou copiar/colar um texto interessantíssimo que saiu na revista TPM deste mês.
O texto está cheio de ótimas referências.Cliquem nos links e repassem. Dividam Favoritem.
A Matéria era sobre o aumento de usuárias de cocaína no Brasil e o texto abaixo fecha a reportagem falando de nossa NECESSIDADE em encontar a felicidade. Ela existe? É o que você pensa ? É um estado permanente ou temporário ?

FELICIDADE TRANSBORDANTE
por Denise Gallo*
A felicidade é a religião do indivíduo moderno, escreveu Edgar Morin.
Sua essência é uma “mitologia euforizante”, que arremessa para longe qualquer mal-estar que incomode o lustroso projeto de vida contemporâneo: um conto bem contado, que combina prazer em doses cavalares, poder individual ilimitado e soluções imediatas para todos os males, renovadas a cada estação. Funciona bem, nas páginas das revistas. Quanto à insatisfação crônica que ronda as vidas imperfeitas do mundo real, num eufemismo esperto, ela vira “motivação para a mudança”. E é importante que seja assim, pois, sem insatisfação, não há consumo e sem consumo…O romance Ser Feliz, de Will Ferguson (ed. Companhia das Letras) – não sou a primeira a citá-lo –, é uma irônica descrição do que aconteceria caso o projeto de felicidade da nossa cultura fosse concretizado.
Na história, uma editora publica um livro de autoajuda que, diferentemente dos demais, funciona. As pessoas que leem atingem um grau de bem-estar nunca experimentado e, plenamente satisfeitas, não querem mais rejuvenescer a pele, fazer dieta, comprar acessórios da moda ou ouvir conselhos. Como consequência, as indústrias começam a falir e o capitalismo entra em colapso. Curiosamente, as primeiras “vítimas” da nova ordem são as indústrias de tabaco, de bebidas e as drogas. Faz sentido. Assim como faz sentido o seu oposto: que uma sociedade regida pelo imperativo do gozo inatingível veja crescer o consumo dos mais diversos aditivos químicos que estreitam, ainda que momentaneamente, o abismo entre projeto e realidade. Difícil dar conta dessa obrigação de ser feliz. Enquanto a ficção não se torna realidade, um entusiasmo excessivo, totalmente dependente do consumo, segue estampado em capas e telas. A mídia é empolgada por natureza. A mídia feminina, ainda mais. Mulheres saltitantes e sorridentes rodopiam de uma página a outra. O êxtase é total. Ou melhor, o êxtase é total!!! Isso mesmo: total!!! Alguém pode me explicar para que tantos pontos de exclamação? Eu contei: 49 pontos de exclamação foram utilizados em apenas oito capas de uma revista feminina feita para as mulheres de 20 e poucos. Sobre a origem do ponto de exclamação, a Wikipedia explica que a hipótese mais provável é que o sinal tenha surgido da junção de letras da palavra io, “exclamação de alegria”, em latim. Esse é o problema: quem sente tanta alegria? Aí você olha para sua vida, onde provavelmente encontrará muito mais pontos de interrogação, eventualmente algumas reticências, e talvez pense que há algo errado… com a sua vida ou com a revista? Abaixo o ponto de exclamação. Chega do show de empolgação que nada tem a ver com as contradições humanas. Precisamos todos nos desintoxicar desse drive-thru de felicidade, de definições arbitrárias e receitas infames. Peça pelo número: zero. E não se esqueça que a moda agora é ser simples. Mas essa pegadinha a gente deixa para um outro texto.

*Denise Gallo, 38, é sócia da Uma a Uma, empresa de inteligência de mercado especializada em comportamento feminino: blog.umaauma.com.br