quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Chapeleiro Louco

Johnny Depp como o Chapeleiro Louco na nova versão cinematográfica da história "Alice no País das Maravilhas" por Tim Burton
""O seu cabelo precisa ser cortado", disse o Chapeleiro.
Ele estivera a olhar para Alice por algum tempo com grande curiosidade e esta fora a sua primeira intervenção.
"Você deveria aprender a não fazer esse tipo de comentário pessoal", Alice retrucou com severidade. "Isso é muito grosseiro."
O Chapeleiro arregalou os olhos ao ouvir isso, mas, tudo que ele disse foi: "Por que é que um corvo se parece com uma escrivaninha?"
"Qual é a resposta?" Alice disse.
"Não tenho a menor idéia" respondeu o Chapeleiro

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O curioso caso de Benjamin Button , filme.

“A vida seria infinitamente mais feliz se nós pudéssemos nascer com idade de 80 anos e gradualmente nos aproximássemos dos 18”

Dirigido por David Fincher, o filme é uma adaptação do conto homônimo escrito por F. Scott Fitzgerald nos anos 20 e que conta a história de um bebê que nasce velho e vai rejuvenescendo com passar dos anos.
Benjamin nasce um bebê velho, com problemas de saúde típicos de uma pessoa de 80 anos e é abandonado por seu pai, rico industrial, na porta de um asilo (coincidência?). O bebê é encontrado por uma jovem negra que decide adotá-lo.
Enquanto os anos passam, Benjamin vai ficando mais jovem.
Através do filme vemos fatos marcantes da História Mundial como a Guerra, o Furacão Catrina, a mulher que atravessou o Canal da Mancha a Nado fazendo-nos lembrar de Forrest Gump, filme que contou com o mesmo roteirista de O curioso caso (...), Erich Roth.

Fui envolvida por esta fábula de fotografia e maquiagem impecáveis na última sexta feira (16/01). Achei que o Brad Pitt foi muito feliz em sua atuação, o olhar por vezes melancólico e ao mesmo tempo curioso quando o personagem era uma criança em um corpo de velho, passando a um olhar mais sereno na fase da maturidade e que vai ficando mais “duro” conforme vai rejuvenescendo, que aqui seria envelhecer...
O filme me provocou risos, lágrimas e reflexão... Até que ponto a juventude é o mais importante? Uma mãe negra e pobre que cuida de um filho enjeitado por um industrial rico... Um pai que se arrepende e que é punido (?) por ter rejeitado um filho. As pessoas que aparecem em nossa vida “do nada” e que sem querer nos provocam mudanças profundas. As mudanças que podemos gerar nas vidas de outros e quase não nos damos conta. A necessidade de aproximação daqueles que amamos antes que o tempo os leve. O medo da morte. O medo da morte sem deixar uma historia para ser contada.

E o amor... Carregamos o amor conosco? O amor muda? O amor é sempre o mesmo? O Amor é seu? É possível amar de um jeito diferente?

Só achei o filme um tanto longo demais, mas nada que chegue a prejudicar ou tenha feito com que eu dormisse.


“Sabia que eu já fui atingido por um raio 7 vezes?”

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Handwriting

Handwriting

Eu gosto de escrever “à mão”
Acho mais gostoso... O barulho do lápis (sim, eu ainda uso lápis) sobre o papel, rápido, por outras vezes quase parando, no ritmo do pensamento. Escrever o que vem à mente, no seu tempo, na sua velocidade...
É gostoso perceber o desenho das letras, a mudança da caligrafia com o desenrolar do assunto, mais solta, mais torta, um tanto redonda, as vezes pequena demais, quase ilegível, outras vezes garranchuda, livre, assimétrica.
Escrever e reescrever.Riscar, rabiscar. Usar aquela frase num outro momento. Setas, pontos, linhas... A arquitetura de um texto escrito à mão é linda. Os espaços, as linhas que sobem e descem, as cores... O cheiro, o desenho num canto do papel, a lágrima que cai e mancha o texto.
Dobrar o papel é como dobrar seus sentimentos, suas palavras.
Pronto, está tudo ali dobrado. Pode ser guardado ou pode ser enviado, lido, relido, queimado e até esquecido.
Abrir o envelope, sentir o cheiro, o desdobrar do papel são coisas indescritíveis... Ler, reler, dobrar, desdobrar, amassar, agarrar e depois de um tempo ver o papel amarelado que tanto te disse um dia...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Eu a que...

(...) À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. Mas a que canta. A que diz palavras. Palavras ao vento? que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo. (...)


Clarice Lispector


photo by Re Braga

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Chuvisco

"CHOVEU durante quatro anos, onze meses e dois dias. Houve épocas de chuvisco em
que todo mundo pôs a sua roupa de domingo e compôs uma cara de convalescente
para festejar a estiagem, mas logo se acostumaram a interpretar as pausas como
anúncios de recrudescimento. O céu desmoronou-se em tempestades de estrupício e
o Norte mandava furacões que destelhavam as casas, derrubavam as paredes e arrancavam
pela raiz os últimos talos das plantações. Como acontecera durante a peste da
insônia, que Ursula dera para recordar naqueles dias, a própria calamidade ia inspirando
defesas contra o tédio(...)

(...)O ruim era que a chuva atrapalhava tudo e as máquinas mais áridas brotavam em flores por entre as engrenagens se não fossem lubrificadas de três em três dias, e se enferrujavam os fios dos brocados, e nasciam algas de açafrão na roupa molhada. A atmosfera estava tão úmida que os peixes poderiam entrar pelas portas e sair pelas janelas, navegando no ar dos aposentos(...)."


(Cem anos de Solidão, Gabriel Garcia Márquez)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009