domingo, 24 de junho de 2007

Pula a fogueira Iá Iá

Desde o dia dos namorados (último post) ,muita coisa já aconteceu nessa Ilha da Fantasia: Beijos, brigas,o inicio do inverno, reconciliações, balas perdidas, encontros, passeios, revelações, ajudas, o inicio do periodo solar do signo de cancer...
Hoje é dia 24/06. Dia de São João.Dia de pular a fogueira Ia-Iá...
Esse santo é o responsável pelo título de "santo festeiro", por isso, no dia 24 de junho, dia do seu nascimento, as festas são recheadas de muita dança, em especial o forró. Existe uma lenda que diz que os fogos de artifício soltados no dia 24 são "para acordar São João". A tradição acrescenta que ele adormece no seu dia, pois, se ficasse acordado vendo as fogueiras que são acesas em sua homenagem, não resistiria e desceria à terra. (Eita , eita meu Santo!rsrsr)
Em Caruaru, a festa de São João vira carnaval, com homens vestidos de mulher e trio elétrico tocando os sucessos fm.
Já em Ouro Branco, MG, a festa é tradicionalíssima. Orações antes da dança da quadrilha (com fantasias que podem chegar a R$800,00), doces e simpatias.
Esse assunto me trouxe lembranças das festas da minha infância e adolescência:
Pé –de –moleque, bandeirinhas, cuzcuz,fantasias, salsichão...hummmm Olha a chuva! Dama “prum” lado, cavaleiros pro outro! Anarriê!
Depois as “festas de rua” : um monte de gente andando em ciírculos e um monte de gente parada vendo os outros andando e círculos.Era a curtição do subúrbio.
Saudades da fogueira da infância, da batata assada na brasa, de dormir na esteira em volta da fogueira, da mãe levando pra dormir.

**O relacionamento entre os devotos e os santos juninos, principalmente Santo Antônio e São João, é quase familiar: cheio de intimidades, chega a ser, por vezes, irreverente, debochado e quase obsceno. Esse caráter fica bastante evidente quando se entra em contato com as simpatias, sortes, adivinhas e acalantos feitos a esses santos.Os objetos utilizados nas simpatias e adivinhações devem ser virgens, ou seja, estar sendo usados pela primeira vez, senão… nada de a simpatia funcionar.
Moças solteiras, desejosas de se casar, em várias regiões do Brasil, colocam um figurino do santo de cabeça para baixo atrás da porta ou dentro do poço ou enterram-no até o pescoço. Fazem o pedido e, enquanto não são atendidas, lá fica a imagem de cabeça para baixo. E elas pedem:
meu Santo Antônio..
Para arrumar namorado ou marido, basta amarrar uma fita vermelha e outra branca no braço da imagem de Santo Antônio, fazendo a ele o pedido. Rezar um Pai-Nosso e uma Salve-Rainha. Pendurar a imagem de cabeça para baixo sob a cama. Ela só deve ser desvirada quando a pessoa alcançar o pedido.

então tá, então...
(pesquisa no Fantástico de 24/06 e Wikipedia)
Não, eu não coloquei o Santo de cabeça pra baixo, só fiz a dos papeiszinhos com os nomes dos meninos dormindo num prato com agua, o que acordasse aberto seria o seu marido!! (como se eu tivesse opções aos 12 anos)

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Par Perfeito.



Feliz dia dos Namorados, todos os dias...

John e Yoko, Simone de Beauvoir e Satre, Minie e Mickey, Romeu e Julieta, Sansão e Dalila, Bonnie e Clayde, Cassia Eller e Nando Reis, Lampião e Maria Bonita, Roberto e Erasmo, Frejat e Cazuza, Tom e Vinicius, Shrek e Fiona, Rita Lee e Roberto de Carvalho, Chacrinha e Russo, Cascão e Cebolinha, Sandy Olsson e Danny Zuko (Grease),Tico e Teco, Bebeto e Romário, Silvio Santos e Lombardi, Mick Jagger e Keith Richards, Xuxa e Marlene Mattos, Jack e Rose (Titanic),Pink e Cerebro, Karen e Richard Carpenter, Perninha e Lilica, Tarcisio e Glória,Tom e Jerry, Mary Jane e Homem Aranha, Viúva Porcina e Sinhozinho Malta,Bob e Rita Marley, O Gordo e o Magro, Jack e Meg White (White Stripes), Didi e Dedé, a Bela e a Fera, Dona Florinda e Seu Madruga, Chitaozinho e Xororó, Adão e Eva, Jorge Amado e Zélia Gatai...
(Renata Braga)

domingo, 10 de junho de 2007

Literatura. Clarice Lispector. Eu gosto.

Sempre gostei de Clarice, mas só fui conhecer mais da obra dela na faculdade, graças à prof. Vera (Grande Deusa da Literatura rsrs). Lemos "A hora da estrela" e fiquei fascinada com a Macabéa. A vida passada em branco, o desfecho trágico, o medo de passar a vida em branco. A partir dai, comecei a fuçar tudo sobre Clarice . Adoro, apesar de não poder ler muito quando estou de tpm ou triste, pois me traz pensamentos muito profundos e as vezes não me sinto preparada..deprimo, é forte demais.
Foi assim com "Paixão segundo G.H." e com "Uma aprendizagem ou livro dos prazeres" , comecei a ler, mas senti que não tava aguentando...ainda não era a hora. Vou bebendo da Clarice aos poucos..pego alguns fragmentos que acho pelo orkut, leio uma pagina qualquer de um livro.
Esse conto que estou postando aqui é bem bonitinho. É simples e ao mesmo tempo de uma profundidade impar. Gostei...e tem uma menina de cabelos vermelhos. :-P

TENTAÇÃO
Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente da sua dona, arrastando o seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmados. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo. Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes do Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina.
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás.
(Clarice Lispector. in "Felicidade Clandestina")

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Cinema.Baixio das Bestas.Não gostei.

Apesar de toda polêmica em torno do filme (e talvez por causa dessa polêmica), fui assistir ao filme Baixio das Bestas.
Confesso que fiquei perdida. Eu tinha a sensação que a cada cena, o filme estava começando. Era como se a historia não se desenvolvesse.
Quanto às faladas cenas polêmicas, elas são realmente fortes, mas senti que algumas cenas ficaram um tanto fora do contexto, que estavam ali só pra chocar. Pode ser um problema meu, pessoal, até porque não tenho tarimba para fazer crítica de cinema. Só sei que não gostei.
Tem uma cena em que o personagem do Matheus Nachtergaele, está no cinema, olha para a câmera e diz: “o bom do cinema é que você pode fazer o que quiser”. Eu penso que poder, pode. Mas nem sempre vale.
Sim, o filme mostra a realidade do país. A miséria de pessoas desprovidas de moral e esquecidas em uma cidade sem leis, uma menina explorada sexualmente pelo Avô, um grupo de jovens que aterroriza a cidadezinha, prostitutas violentadas... Mas não acho que valeu como denúncia. Ficou um gosto de história mal contada.
Ah, a fotografia é boa.

1-baixio :s. m., banco de areia pouco elevado acima da água do mar; fig., obstáculo;dificuldade;perigo.
(Definir)
2- Baixio
Baixio é um municipio brasileiro do estado do Ceará. Localiza-se na microrregião de Lavras da Mangabeira, mesorregião do Centro-sul cearense. Ocupa uma superfície de 142 km². Sua população estimada em 2004 era de 5.884 habitantes. Foi criado em 1956
(Wikipedia)

segunda-feira, 4 de junho de 2007

I´m not crazy...Yet!


Eu preciso escrever, escrev, escrev, escr, esc, e...

"Era uma casa muito engraçada,
Não tinha teto , não tinha nada.
ninguém podia entrar nela não!
Porque na casa não tinha chão"

I´m not crazy...yet!
tpm kills...

domingo, 3 de junho de 2007

Sobre a Dexie e o Fonesbem.

Escrevi esse texto em 09/01/07 e adoro-o!

Conversando com a Nicéa ontem, ela lembrou da Dexie, a amiga imaginária que eu tinha na minha infância.
É fato que a grande maioria das crianças tem amigos imaginários, mas o que me surpreende hoje em dia é que além de uma amiga imaginária, eu também tinha como amigo o Polar, pai da Dexie (!!). Talvez o fato de não ter contato com meu pai explique isso...
O Polar era parecido com o pai do Cascão (aquele das histórias do Mauricio de Souza) e com mais alguma personagem/pessoa que não consigo fazer a relação agora.
Hoje, quando pensei na aparência da Dexie, percebi que estou bem parecida com ela: cabelos curtos e avermelhados, estilo menininho.. Só faltam as sardas no rosto.
Nossas brincadeiras eram divertidíssimas... A Dexie me ensinava a tocar violão com um escorredor de macarrão amarelo (lembro que ensaiávamos para ir tocar no programa do Chacrinha). Teve um dia que o Polar chegou e acabou com a brincadeira, disse que estava tarde e que a Dexie tinha que viajar. Pena. Quem sabe, se não fosse o corte dele, hoje eu fosse uma grande musicista ou até uma Chacrete aposentada.
Brincávamos de médico, e eu receitava sempre os mesmos remédios: Penquisbem, Fonesbem e Benquisbem. Esses remédios serviam pra tudo!
Ela também sempre comprava a pipoca que eu fazia com os pedais da minha bicicleta.
Ah, o “mundo dos pelados”, essa era na hora do banho. Um lugar onde todos viviam nus e isso era mero detalhe. (eu era Naturista e não sabia!).
Tenho saudades da Dexie... Às vezes peço pra ela aparecer e me trazer um Fonesbem... Mesmo que seja em sonho.

Renata Braga